segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CRÔNICAS DO PROFESSOR AFFONSO SANTA ROSA

Lição de vida

          Com o passar do tempo, notamos como se torna dificultoso o entendimento, ou melhor dizendo, a convivência dos filhos com os pais.
          Desperta a nossa atenção e é até curioso, como os filhos ainda não se conscientizaram que o seu único e verdadeiro amigo, na vida, vêm a ser os pais.  Basta que se acrescente ser impossível existir um pai que não goste do seu filho, porém, ao inverso temos conhecimento.
          Por outro ângulo, patenteia-se que com a morte do pai, é que o filho passa a reconhecer, com consciência, o verdadeiro amigo, pai que teve durante toda a vida.
          Revendo a minha papelada, sem mais espaço para guardar e arquivar, encontrei um pequeno recorte falando da convivência dos pais com os filhos, escrito por um desconhecido, entretanto, entendi ser a expressão da verdade.
          Gostaria, no entanto, que alguém que passasse os olhos pela minha crônica que meditasse sobre o assunto, ora enfocado.
          Quando estamos com a idade de sete anos, entendemos que  nosso pai é herói, sabe tudo, e aos doze anos ele e legal, sabe tudo.
          O tempo se foi e chegamos aos dezessete anos e o nosso entendimento começa a se transformar: papai precisa se reciclar, evoluir, está ultrapassado.
          É interessante, chegando a idade do amadurecimento, o reconhecimento aumenta.
          Aos vinte e dois anos os filhos acham que os pais nada tem a ver com eles e não os entendem, ficando mais difícil o relacionamento.
          Vamos envelhecendo e já aos vinte e seis, percebemos que papai não está com nada, totalmente por fora.
          É triste o quadro quando as coisas ficam mais pretas e escurecem o amor entre os pais e filhos.
          Na balança da vida, aos trinta e cinco anos, os filhos passam a compreender que o pai tinha razão em alguma coisa.
          Observa-se que é necessário que aconteça o caminho da velhice para nascer o amadurecimento tardio dos filhos com os pais.
          Ao entrar nos quarenta e cinco anos, percebem que o seu pai conhecia bem a vida.
          Vejam só, o filho ao entrar nos cinqüenta e seis anos, quando passa a reconhecer que seu pai era sábio, com que idade estará o seu pai? Será que estará vivo, para ter o carinho e para levá-lo a morte.  É tarde de mais, poderia, diz o filho, ter aproveitado melhor o meu pai.
          A lição é uma só: Os filhos precisam ter mais sentimento, mais inteligência, mais amor, ler mais, amar mais.  Você naturalmente esqueceu que amanhã será pai.






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